O ano de 2009 é um ano importante para a história geral do Futebol. Na verdade, o futebol em si, além de ser uma paixão de quase todas as pessoas no mundo, aqui no Brasil, especificamente, ele traz na sua trajetória diversas conquistas. Só os brasileiros têm cinco títulos mundiais (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002). Mas, sobretudo, nesse 2009, nós comemoramos 15 anos do tetracampeonato mundial, e de forma invicta, na XV Copa do Mundo da história, essa por sua vez, disputada nos Estados Unidos em 1994.
É, contudo, especial também ao estado do Rio Grande do Sul (RS), ou a sua metade, vermelha e branca, por causa do centenário do Sport Club Internacional. E, outro fator importante, é o capitão do Tetra e hoje, atual treinador da Seleção Brasileira, Dunga, e mais o goleiro Taffarel, ambos terem sido criados na categoria de base do clube do povo e por serem figuras não menos importantes do que outros jogadores nesse título. Mas esses atletas, assim como o Inter, são apenas detalhes relevantes deste texto. Aqui, no post, o que prevalecerá é a conquista brasileira nos EUA e, a partir das minhas lembranças, que começam agora, neste instante.
Eu, na época da Copa do Mundo, tinha apenas 12 anos de idade. Lembro-me bem, até parece que foi ontem. Um jovem menino que estudava e jogava bola. Um adolescente, um guri. É isso que eu era, definitivamente. Um guri com os brilhos nos olhos. Olhos esses, que enxergavam na bola, podendo ela ser rolada pelas ruas, quadra esportiva, campos e em qualquer lugar, a possibilidade de um futuro promissor, assim como foi na vida daqueles craques (como Bebeto, Romário, Raí e entre outros), que pude vê-los e com o maior prazer, através da TV, ganhando um título para o nosso país.
Na Seleção de 1994, eu admirava a garra do capitão Dunga. Além, é claro, de seus desarmes e passes de média e longa distância. Naquela altura, caso eu fosse um jogador de futebol, já tinha definido que seria um volante. Sim, eu seria, contudo, um outro Dunga possivelmente. A partir disso, eu comecei a treinar e usar as duas pernas para chutar e lançar quando jogava uma bolinha com os amigos. Fui, aos poucos, me aperfeiçoando. O que valeu a pena.
A nossa dupla de atacantes era Bebeto e Romário. Que dupla essa, nem se fala, a sincronia mais do que perfeita, apesar de ambos não serem altos. O Romário que diga. O baixinho do time. Eu ali, sentado em frente à TV, enquanto torcia loucamente pelo Brasil, comecei a entender e ver que o futebol não precisava você ser: alto, médio ou baixo, que seja nessa ordem, o importante era você saber jogá-lo. E jogar como eles – Bebeto e Romário - jogaram nessa Copa, de fato, é para poucos.
No jogo contra os EUA, ficou comprovado isso. Ainda mais jogando na casa dos americanos, e no dia 04 de Julho, Dia da Independência Americana (lembram do filme com o Tom Cruise – Nascido em 04 de Julho), pois é, o Brasil venceu por 1 a 0 pelas oitavas de finais, com gol de Bebeto, com passe preciso de Romário, e um agradecimento mais do que especial:- Eu te amo! Isso foi o que disse Bebeto, e com todas as letras, antes de abraçar Romário na comemoração do gol. Um bonito e importantíssimo gol, assim como o seu gesto de gratidão ao amigo.
Ainda nesse ano, eu jogava bola nos finais de semana, no Colégio Assunção. Às vezes, rolava uns treinos durante a semana, terça ou quinta, sempre à noite. Era um colégio particular, o Assunção, e bem próximo de minha casa. O campo que tinha nessa escola era um de onze. O tradicional campão, como nós a gurizada chamávamos. Porém, no seu meio, areia. Na lateral, grama.
Eu jogava de volante, lateral e zagueiro. Ao menos, eu tentava. Gostava demais era ser volante. O número 5. Como eu queria, recordo e muito, ser o primeiro homem do meio campo, o da meia cancha e tal. Às vezes, eu era ele. Pois no meio campo, você nunca fica sem jogar e sem tocar na bola, na verdade. E outra, no meio do campo, você não fica sem jogar por um único instante. Você, primeiramente, marca no meio campo. Normalmente, marca o melhor jogador do time adversário, o camisa 10. Depois, você sai para o jogo. E, nada melhor, do que sair pro jogo.
Por ventura, eu investia algumas subidas ao ataque. Chegando a frente, tu podes fazer um gol que outro. Isso eu tentava. Pouco, mas tentava. Eu sonhava com isso. Imaginava pegando em cheio na bola. Quero dizer, na veia. A bola vindo pelo ar em minha direção, na sobra de um rebote, em um dos nossos ataques. Eu, na meia lua da grande área, que nem um “a lá” Zinedine Zidane (jogador francês de quem sou muito fã e o melhor que eu vi jogar), na final da Champions League de 2002, quando pelo Real Madrid, fez um golaço digno da sua grandeza e categoria, contra o Bayer Leverkusen (na imagem abaixo). Ele, vestia a 5 do Real, projetou o seu corpo, de forma que só poucos craques sabem fazer, e assim como ele mesmo só poderia fazer, e de virada, num movimento acrobático, todo perfeito, emendou de esquerda, no ângulo do goleiro alemão Oliver Kahn, que sem chances, viu a bola morrer no fundo de suas redes. Um gênio, esse Zidane. Real Madrid era Campeão da Liga daquele ano. Eu, no lugar de Zidane, queria estar para fazer aquilo que ele fez. Mas aquilo, hoje, eu entendo e muito bem, é só para craques como ele foi e para mim, ainda é. Enquanto isso, eu fico no sonho, na minha imaginação, de um dia ter feito o que fez o meu ídolo do futebol. Portanto, como me aventurava pouco ao ataque, só me restou ficar na função defensiva, onde eu quebrava o maior “galho”.
Toda essa história que eu fiz, descrevi na verdade, ela aconteceu e que me deixou e deixa muitas saudades... Assim como foi a Copa do Mundo de 1994. Nessa Copa, o treinador da nossa Seleção Brasileira era Carlos Alberto Parreira. O técnico convocou os seguintes jogadores (junto dos nomes as numerações utilizadas):
1 Taffarel - 2 Jorginho - 3 Ricardo Rocha - 4 Ronaldão - 5 Mauro Silva - 6 Branco - 7 Bebeto - 8 Dunga - 9 Zinho - 10 Raí - 11 Romário - 12 Zetti - 13 Aldair - 14 Cafu - 15 Márcio Santos - 16 Leonardo - 17 Mazinho - 18 Paulo Sérgio - 19 Müller - 20 Ronaldo - 21 Viola - 22 Gilmar.
Por fim, essa competição de 1994, de fato, foi a minha primeira Copa do Mundo. E, que me lembro bem, desde que me conheço por gente. Ainda bem, pois eu estreei com o pé direito. Conquistando, contudo, o Tetracampeonato Mundial.
Valeu Brasil, meus parabéns, e ao Inter também, pelo seu Centenário!
Abraços, Daniel Miranda
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