terça-feira, 24 de junho de 2008

Grenal


Estamos prestes a presenciar a 370ª edição do maior clássico regional brasileiro e talvez do mundo, o de maior rivalidade, maior comoção e mobilização em sua praça de desporto, o Grenal. Desde a sonora goleada gremista por 10x0 no longínquo 18 de julho de 1909, no primeiro Grenal, ao 7x0 colorado em 1948, o azul e o vermelho das duas bandeiras se opõem. Se desencontram, se bicam. O Inter leva vantagem no número de embates vencidos contra seu maior rival, são 19 vitórias a mais, porém, quando se trata de campeonato brasileiro a escrita é favorável aos tricolores, são três confrontos a mais vencidos pelo time da Azenha.

Números a parte, é comum nas semanas que antecedem um Grenal, um time em boa fase e outro em maus lençóis. E o que poderia ser algo animador para um e desalentador para outro, muitas vezes serve de motivação para o pior posicionado e soberba para o melhor colocado. São as lógicas de um clássico sem lógicas, sem previsões, o que não quer dizer que não exista muita expectativa, muita animosidade. De parte a parte os olhares e instintos são de gana, de garra, de luta e de sobrevivência, afinal um Grenal pode matar ou pode ressuscitar um dos dois clubes. Ou alguém duvida que depois de uma vitória no clássico o Internacional possa dar uma reviravolta em sua trajetória no certame nacional? Ou o Grêmio vencendo alavancar ainda mais sua campanha promissora e de quebra ver o rival se afundar em uma crise sem precedentes?

Pois vos digo meus senhores, que em um clássico do tamanho de um Grenal, não há definitivamente favorito, até quem a essa posição é alçado, dela se escapa em depoimentos pólidos e combaidos. O Grêmio chega ao embate de número 370 com a calma e serenidade conquistadas com a boa trajetória até aqui no Brasileirão. Depois de um começo de ano difícil, com duas eliminações precoces e consecutivas, o Tricolor vai readquirindo a confiança para trabalhar e buscar de novo a Libertadores. No lado colorado a situação é inversa, após um animador começo de temporada com as conquistas da Dubai Cup e do Gauchão, o colorado vem provando o gosto amargo das derrotas. Chega ao Grenal com a obrigação de dar uma satisfação aos seus torcedores e arrumar a casa. Tanto gremistas e colorados trabalham forte porque sabem que o Grenal 370 tem lógica, mas a lógica não faz parte de um Grenal.

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