segunda-feira, 17 de março de 2008

Ter um time



Mesmo o Brasil sendo o país do futebol, existem pessoas que não possuem um time de coração. Aquele em que toda quarta param para assistir na frente da tv, ou no domingo, depois do churrasco em família, partem para o estádio, a fim de assistir uma partida de seu clube. Mas como, em um país, que para de quatro em quatro anos, durante a Copa do Mundo, pode alguém não ter um time de futebol para torcer, santo Deus? Alguns dizem que o futebol é uma tolice. Onze homens de cada lado correndo atrás de uma bola é um absurdo. Além do mais, recebem salários absurdos para viverem viajando. O que sabe-se bem não é verdade. Estes homens não chegam a ter as dificuldades de um gari, um pedreiro, um marceneiro, até porque suas remunerações em relação a estes humildes trabalhadores, são bem maiores. Porém nem tudo são flores, na vida dos boleiros. Carros depredados, agressões físicas, intimidações... Várias vezes jogadores de futebol não podiam sequer sair de casa, por medo de atitudes hostis de torcedores mais exaltados. Mas voltemos ao cerne da questão, torcer. No Brasil não ter um clube é quase como não ser brasileiro, é uma contrariedade a regra. Não que não defendamos a diferença, mas isso meus caros, é um absurdo.

I

Depois das oscilações das primeiras rodadas do Paulistão o Palmeiras parece engrenar sob o comando de Luxa, Diego Souza e Léo Lima (ambos ex-Grêmio) vão ao lado do chileno Valdívia construindo uma sólida meia cancha na equipe alviverde. Com um time dinâmico, resta saber se o time do ressentido Denílson irá suportar a pressão na Copa do Brasil. Nesta quarta-feira o Inter entra em campo pelo mata-mata nacional, passada a goleada sofrida frente ao Juventude a perspectiva dos colorados é chegar pelo caminho curto a Libertadores, e diminuir a diferença de títulos do rival Grêmio, 4 contra 1. Os vermelhos precisam saber se Fernandão é o homem-gol, ou o auxiliar de homem-gol na equipe. O Grêmio que segue ao lado do Tupi-MG, invicto na temporada, mais uma vez Perea fez a diferença, em um jogo que mostrou que Gauchão não é palhaçada. Não tem créu, nem chororô, mas muito lutas e algumas entradas viris. Quem respalda isso é Tadeu, o centroavante reserva do Tricolor, pode não saber fazer muita coisa, mas gol ele sabe.


II

O descontrole dos jogadores do Flamengo parece um desatino ao clube que talvez tenha o melhor conjunto da Libertadores. São os efeitos de uma competição que não se joga só dentro de campo, que nãos e joga só com os pés, mas com a mente, a inteligência, a malandragem e muita, mas muita catimba. O campeão deste ano ainda é uma incógnita, alguns apostariam em algum argentino, outros no São Paulo de Adriano, eu não arrisco. Por enquanto apenas uma certeza na competição continental. Muitos carrinhos, cotoveladas e cartões vermelhos serão dados, quem souber bater e apanhar melhor vai se dar bem.


Jorge Fuentes

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