O futebol a muitos anos deixou de ser apenas um esporte. Deixou de ter aquele brilho juvenil e inocente de apenas uma disputa cordial. Virou um negócio que envolve milhões, tanto em dinheiro como em número de apaixonados. E com essas mudanças, mudou também o conceito de um vencedor. Hoje quem ganha não é apenas quem tem mais talento, mas quem está melhor preparado. Ao término da 25ª rodada do Brasileirão de 2008, o Grêmio continua na liderança, com 49 pontos, três a frente do segundo colocado Palmeiras, que tem 46. A pressão em cima do time de Celso Roth cresce a cada rodada e o desempenho já não é o mesmo do primeiro turno, uma vez que o Tricolor é apenas a 10ª campanha do returno. Mas tudo isso são só números, números de um campeonato marcado pela irregularidade e que tem pela frente um futuro muito incerto. Ao Grêmio cabe abusar de sua imortalidade, se valer da tradição de clube guerreiro, que joga até o último fôlego. O caminho mais óbvio é reencontrar o caminho que deu certo. Deu certo no turno, quando o Grêmio aniquilava seus adversários, dentro e fora do Olímpico. Alternativas que encheram os olhos de Roth chegaram a Porto Alegre, casos de Souza e Orteman, jogadores de indiscutível qualidade. Jogadores que fazem a diferença, e que vinham fazendo no decorrer dos jogos, como alternativas de luxo. Volto a dizer o que escrevi em outro texto neste blog, Magrão e Carioca são os corredores que podem levar o Tricolor ao seu tricampeonato. São o motor do bem montado esquema de Roth. O Grêmio não pode abrir mão deles, dos dois jovens atuando juntos. Mas o que realmento o Grêmio não pode abrir mão é de ser Grêmio, de suspirar cada jogada, de pelear cada dividida e com a humildade de quem sabe crescer nos momentos críticos, vencer quando é difícil. Desafios virão, palavras de desânimo, de desalento, que tentarão causar o desencontro da estrutura gremista. Os guerreiros da Azenha devem manter-se firmes em suas trincheiras e saber atacar com astúcia e inteligência. Afinal para ser campeão tem de haver preparação.
II
Dunga deu dignidade a uma seleção que parecia escalada por encomenda da Nike e outros patrocinadores. Dunga imprimiu seriedade e comando ao colocar no banco Ronaldinho Gaúcho quando este merecia não outra condição que a reserva. Dunga mostrou indignação e viu-se pelo canto da janela uma luz de salvação, para socorrer a decadente seleção brasileira. Mas Dunga falhou. Ao não conseguir provar com suas convicções que o Brasil seria melhor sem grandes nomes, ele foi obrigado a escalar o Gaúcho nos Jogos Olímpicos. E o Gaúcho decepcionou, mais uma vez. Dunga o convocou para as eliminatórias e adivinhem? O Gaúcho decepcionou. Mas será o problema da seleção de Dunga somente o Gaúcho? É claro que não. O problema está na postura "Parreirista" que Dunga adotou, ao aceitar interferências em seu time. Ao permitir que jogadores sem espírito de seleção nacional vestissem a amarelinha. Foi assim com Josué, com Kléber, com Gilberto Silva. Atletas que não tem condições e nem vontade de defender o Brasil. Dunga deixa Hernanes, Juan, Lucas e Júlio Batista no banco. jogadores que querem estar na seleção, que tem vontade disso e fazem jogos com ânimo. Dunga precisa recuperar a confiança. A confiança em suas próprias convicções.
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