quinta-feira, 29 de maio de 2008

Oportunismo ou Oportunidade?

O Capitalismo Esportivo
Fê Cunha


O esporte profissional se tornou um dos maiores espetáculos da cultura da mídia de massa. A exposição de certos esportes fez com que determinados atletas recebam grande destaque, seja por suas habilidades esportivas ou suas atividades dentro e fora das competições.

Pelo fato de representar um dos mais importantes fenômenos sociais, diversas empresas usam o esporte como uma ferramenta para aumentar sua popularidade. Ainda, transformam um esportista profissional em estrela e passam a imagem de que é o equipamento usado por ele, o responsável pela eficiência do atleta, o que traz grande sucesso em suas vendas. Essa estratégia é usada também por empresas que não possuem relação direta com o esporte, como bancos, títulos de capitalização e construtoras, por exemplo.

O esporte profissional constituía, no passado, um evento que dava às pessoas senso de comunidade e orgulho. Para os participantes, a alegria de um simples jogo para uma platéia de milhares de pessoas era mais do que uma compensação.

A indústria do esporte profissional atualmente representa um negócio repleto de oportunidades. Os próprios clubes fazem com que sua marca esteja nos mais diversos lugares e acessórios que vai muito além de calções e camisetas, chegando a todo o tipo de vestuário, artigos de escritório, cama, mesa, banho, além de outros produtos e serviços. O esporte é parte indissociável da vida contemporânea e objeto de consumo de todas as classes da sociedade brasileira. Os diversos produtos esportivos à disposição do consumidor e o consumo esportivo alcançam uma posição bastante importante na indústria de comércio.

Além disso, um consumidor pode acreditar que, comprando e usando o produto ou serviço, absorverá suas qualidades desejadas como num passe de mágica. Freqüentemente, mais importante que o reconhecimento do nome da marca, é aquilo que ela significa, as associações e a personalidade do espectador/usuário.

O jogo, outrora visto como diversão, cede lugar à realização de negócios. Os clubes, que antes nasciam da interação social e da vontade das comunidades, objetivam agora a formação e a venda de jogadores, sua principal fonte de renda e, efetivamente, o produto com maior taxa de lucro. A competição não mais se limita à quadra, ao campo, a piscina ou aos ringues, ela está presente em reuniões das maiores empresas, através da extensão do produto e da criação de novas fontes de receita.

No momento em que se conquista um campeonato ou uma medalha de ouro, há a divulgação e conseqüente a venda de produtos e técnicas, que parecem ser responsáveis pelo sucesso dos esportistas. O esporte se transformou não só em uma indústria de inegável poder econômico, ligada ao consumo de massa do esporte, como também em um componente forte de capitalismo.

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