Nas últimas semanas um assunto, no mínimo intrigante, tem sido pauta das discussões entre os gaúchos. Principalmente os frequentadores dos estádios de futebol dos Pampas. A proibição da venda de bebidas alcóolicas dentro dos estádios de futebol ou eventos com a mais de cinco mil pessoas. Ora aqui no Rio Grande do Sul, impera um pensamento hipócrita de que o gaúcho é um povo esclarecido, politizado, bem informado culturalmente, pois vejo isso como uma tremenda forma de enganar os gaúchos que nunca tiveram acesso ao que realmente acontece dentro de nossas fronteiras. Realmente somos um povo mais aculturado em relação a outros estados da nação. Mas por que se somos um povo tão avançado temos que ser sabatinados pela martelo da proibição, imposto por senhores que se julgam soberanos e paladinos da justiça e da verdade? Que méritos possuem para ditar o que pode e o que não pode ser feito em nosso Estado? São senhores intolerantes, que pensam que proibir é melhor que educar. Pois se a bebida é proibida dentro do estádio, fora dele o torcedor bebe mais, em consequência chega em condição mais alterada ao campo. Se a proibição virasse educação desde o jardim de infância, desde as primeiras séries fundamentais, o cidadão saberia seu lugar na sociedade, mesmo que dentro de um campo de futebol. A própria bíblia, sim as escrituras sagradas, dá o conselho no livro de Provérbios " ensina ao teu filho o caminho enquanto é pequeno e quando for velho não se desviará dele". Mas estes senhores do poder, da segurança, preferem "economizar" o dinheiro que custaria a educação de muitos gaúchos. O Estado diria que educação vem de casa, e que não pode se meter nestas questões, mas pode interferir no livre arbítrio de uma pessoa ao proibí-la ou não de consumir bebidas alcóolicas. Aliás me desperta curiosidade o fato do alcool estar sendo tão combatido no momento em que as campanhas publicitárias de marcas de cerveja no país são cada vez mais audaciosas e exuberantes. Claro, meus caros, quando a questão envolve dinheiro, tudo fica diferente, as pessoas podem "conversar". Se os sistemas de segurança dos estádios fossem eficazes, se os policiais fossem bem preparados, bem remunerados e se ouvesse um comprometimento dos dirigentes é fácil afirmar, não teríamos por que proibir nada. O torcedor é obrigado a ver seus craques irem embora cedo e sem nenhuma satisfação, é muitas vezes barrado ao ir acompanhar um treino e ainda corre o risco de apanhar de policiais mal-preparados. Não bastasse tudo isso, ainda é proibido de tomar sua cervejinha, porque os mesmos homens que bem engravatados roubam milhões, os tem como bandidos da embriaguez.
Jorge Fuentes
Jorge Fuentes
Um comentário:
Postar um comentário