Há exatos dois anos, o Brasil se despedia da Copa do Mundo disputada na Alemanha, em plenas quartas de finais. Diante da equipe francesa comandada pelo craque Zinedine Zidane, a Seleção Brasileira perdeu pelo placar de 1 a 0, com gol de Henry, marcado aos 12 minutos da segunda etapa. A partida foi realizada no Estádio Waldstadion, em Frankfurt, perante um público de 48 mil espectadores.
A história enfim, se repetia. Como, também, ocorreu na Copa do Mundo de 1998, disputada na França. Onde na época, o Brasil levou 3 a 0 na final para o mesmo adversário, com dois gols de Zidane e outro marcado por Petit. Essa partida foi realizada no dia 12 de julho, no Estádio Stade de France, localizada na cidade de Saint-Denis, ao norte da Capital francesa.
Após essa rápida retrospectiva, eu quero na verdade, lembrar de um texto que escrevi logo depois da Copa de 2006, para um grande parceiro de colégio, futebol, amigo do bairro e por fim, também de faculdade, apesar de sermos de cursos diferentes, Marcelo Dreher (Marcelinho), sobre Zidane e a sua indiscutível atuação na partida.
Marcelinho como que tu estas depois de sábado meu bruxo?
Caro Marcelo, eu como um futuro jornalista e para isso que estou estudando há cerca de um ano, resolvi escrever este texto. Tive reparando o jogo das quartas de finais da Copa do Mundo, entre Brasil e França, valendo uma vaga na semifinal da maior competição do planeta bola. Só que agora, com os olhos críticos de um jornalista amador, é verdade, que está dando os seus primeiros passos na profissão, que fiz questão de analisar essa partida para poder comentar nessas palavras.
Você tempos atrás me enviou um scrap no Orkut, dizendo que o meu ídolo no futebol (o camisa 5 do Real Madrid, o 10 da França, e final dos anos 1990, o 21 da Juventus) estava devendo um melhor desempenho nas últimas duas temporadas pelo time espanhol, que de fato é verdade, e eu concordo contigo. Onde nesse clube, o que mais se tem e o que vemos são nomes de jogadores consagrados, do que propriamente, um time de futebol. Por isso, os fracassos desses atletas e a decepção por parte de milhares torcedores da equipe do Real.
Mas eu nunca deixei de acreditar nele, mesmo quando anunciou que estava se despedindo da Seleção Francesa, com a eliminação da Eurocopa de 2004. Um ano mais tarde, com pedidos de uma nação e amigos, até mesmo de dentro do futebol, ele voltou atuar com a 10 da França, que a tanto consagrou. Dando-lhe três títulos de melhor jogador do mundo (1998, 2000 e 2003), ele ajudou o seu país a se classificar para mais uma Copa. Queira ou não, essa seria sua última competição da sua carreira vitoriosa no futebol. Momentos antes de começar a Copa na Alemanha, anunciou ainda em seu clube, que estaria se aposentando dos gramados no fim da competição. Mesmo tendo um ano há mais de contrato com o Real Madrid. Então, é assim que eu fiz o comparativo da partida de sábado entre essas duas Seleções.
Vejamos os noticiários. Para todos da imprensa e nós torcedores, a Seleção Brasileira é favoritíssima ao título mundial. Por conseqüência, isso nos garante, ao menos na teoria, que o Hexacampeonato Mundial já tenha um suposto dono, o Brasil. Isso devido ao grupo de jogadores bons que temos. Mas aí me submeti e pensei que nem no caso do Real, um time cheio de Galácticos, que na verdade, não conquistaram nada. E foi assim nessa Copa na Alemanha, a soberba da equipe brasileira era tanta, se é que podemos chamar de Seleção, que muitos jogadores medalhões estavam preocupados em bater seus recordes pessoais, do que vencerem “mais uma Copa”.
Casos de Ronaldo, Cafu, Roberto Carlos, o técnico Carlos Alberto Parreira e seu Zagallo, entre outros. Pois esses medalhões conseguiram os seus objetivos. A expectativa, a esperança e a euforia que toda mídia criou para o sofrido povo brasileiro, foram todos eles depositados em Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e companhia. Que infelizmente, não obteve sucesso. Que pena, não é gente? De nada nos adiantou! Perdemos novamente para a França, como ocorreu nas Copas de 1986 e 1998. Só que dessa vez, de maneira humilhante. Sem ter dado um chute a gol se quer. Irreconhecível a atuação da equipe brasileira.
Em 1986, Michel Platini comandou a equipe francesa. Há oito anos, tivemos o maior carrasco de todos os tempos, que na oportunidade, marcou duas vezes e de cabeça, pois com toda a sua maestria, genialidade, habilidade, calma, enfim..., de jogar futebol. E é simples e até demais só para ele. Que partida esse jogador fez contra o Brasil. Não fez o gol, mas deu o passe, como também deu chapéus, pedaladas, arrancadas, show de categoria, para calar todos aqueles que o criticaram quanto o peso de sua idade e o seu condicionamento físico.
Que fique claro dessa vez, a esses críticos que o futebol se joga com a cabeça e não do jeito brucutu, na força e por aí vai, como muitos gostam. Aos medalhões brasileiros, jogue o futebol pelo o prazer de se jogar, não com a cabeça nos recordes e dinheiro com propagandas e direitos de imagens. Os brasileiros agradecem.
Os franceses tinham certeza. Ou melhor, razão, quando pediram para que ele voltasse aos campos. E para o bem do futebol ele voltou. Esse atleta escutou a voz desses milhares de torcedores. Parou, pensou. Pensou no seguinte ditado popular: “A voz do povo é a voz de Deus”. Com esse ditado eu digo e escrevo: - Seja bem vindo outra vez, Zinedine Zidane.
Autor: Daniel Miranda
Ficha técnica: Brasil 0 x 1 França
Equipes:
Brasil: Dida, Cafu(Cicinho), Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Zé Roberto, Juninho Pernambucano(Adriano), Kaká(Robinho), Ronaldo e Ronaldinho. Técnico: Carlos Alberto Parreira
França: Barthez, Sagnol, Thuram, Gallas, Abidal, Makelele, Vieira, Ribery(Govou), Zidane, Malouda(Wiltord) e Henry(Saha). Técnico: Raymond Domenech
Gols: 12min - 2º tempo - Henry
Cartões amarelos:
Brasil: Cafu, Juan, Lúcio e Ronaldo
França: Sagnol, Saha e Thuram
Local: Waldstadion, em Frankfurt.
Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP).
Público: 48.000 espectadores.
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